terça-feira, 8 de março de 2011

A casa amarela.


Não espero de mim
nada além das flores
que prometi aos meus quintais.

Pela manhã, ao fechar a porta,
semeio ao vento o que exala
meu olhar.

Quando retorno, abro as porteiras
liberto pássaros, raízes e lembranças
que compõem e solidificam o alicerce deste lugar.

Na soleira de uma porta fechada,
acaricio um cão que ao meu lado costuma ficar
a aquecer meus pés.

Ao anoitecer, cubro os meus olhos 
com o manto da saudade
e divido com este cão
o calor do corpo que respira
nas floreiras da janela.

A vida adormece, feito o cão.
Os canteiros teimam em viver.
Acreditando na casa amarela,
abandono a grande mentira dos homens.

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Um albatroz disse