Não espero de mim
nada além das flores
que prometi aos meus quintais.
Pela manhã, ao fechar a porta,
semeio ao vento o que exala
meu olhar.
Quando retorno, abro as porteiras
liberto pássaros, raízes e lembranças
que compõem e solidificam o alicerce deste lugar.
Na soleira de uma porta fechada,
acaricio um cão que ao meu lado costuma ficar
a aquecer meus pés.
Ao anoitecer, cubro os meus olhos
com o manto da saudade
e divido com este cão
o calor do corpo que respira
nas floreiras da janela.
A vida adormece, feito o cão.
Os canteiros teimam em viver.
Acreditando na casa amarela,
abandono a grande mentira dos homens.
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Um albatroz disse