sábado, 13 de novembro de 2010

Carta a um exilado (I)



Hoje sei que a saudade pode acabar. Só comigo...
Cherei as roupas usadas que ainda estavam na mala.
Abracei cada peça no corredor do quarto minúsculo.
Tropecei na cama e me entreguei ao teu cheiro, corpo e alma.
Preparei a comida. Adocei o café.
Lavei as roupas. Limpei a casa.
Ouvi a música esperando nossa dança.
Meu vestido abraça apertado meu corpo, na espera e falta que sente de ti.
Resignados, aguardamos a contradança.
Os sentidos dançam conforme o ritmo de tua ausência.
O amor calça os sapatos.
A música quer começar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um albatroz disse