Sentada numa cadeira que não balança
Minhas mãos tecem cruzes
Que formam a mesma flor
repetidas vezes, flores e cruzes
O olhar cansado e obstinado
Em busca do tom e das lembranças
Minha velhice descoberta
Antes mesmo que eu use as lentes
Engrandecendo as minúsculas cruzes
O cravo do esquecimento no meu colo
Embalo as flores e as cruzes
Na cantiga antiga da mulher de agora
A linha na vida
A vida na flor
A flor em cruz.