Construo o rosto feito um mosaico.
Fragmentos e peças encaixados
nos vincos e expressões.
Adapto orelhas, moldo dentes.
Desenho o possível.
Salivo o indelével.
Na demora da imagem,
permanece o que falta.
Registro o inexplicável
no canto dos olhos.
Ainda me reconheço
nos traços que não revelei.
Meu desenho é talhado no invisível.
Pra quem quiser sentir feito o vento
e se molhar na tempestade.
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Um albatroz disse